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Divulgação do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida - Leonardo da Vinci - Mobilidade pelo Serviço de Orientação e Integração Profissional (SOIP) e pela Unidade de Relações Externas (URE) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

4 de novembro de 2011

Objectivos

De acordo com as necessidades já referidas, o projecto Orienta o Teu Futuro II - Mobilidade na Europa tem como objectivos:



  • facilitar o desenvolvimento de aptidões e competências técnicas e comportamentais dos diplomados na sua área de formação;

  • promover a integração na vida activa;

  • estimular o desenvolvimento de competências linguísticas e sócio-profissionais;

  • contribuir para a mobilidade e transnacionalidade de conhecimentos e técnicas profissionais;

  • incentivar a partilha e contacto com outras realidades sócio-culturais, quer ao nível do desenvolvimento pessoal, quer ao nível profissional, com a abertura de novas eprspectivas e ideias, mostrando o que de melhor se faz na Europa em matérias técnico-científicas e a sua aplicação à sociedade e às empresas.

Este projecto pretende ainda reforçar a cooperação já existente com algumas Instituições, bem como alargar parcerias a outras com igual credibilidade. A experiência obtida através do trabalho realizado, a colaboração com grupos de trabalho nas diversas áreas participantes e a aprendizagem de novas técnicas profissionais são essenciais para o desenvolvimento de conteúdos e práticas inovadores.


Ao concretizarmos os objectivos apresentados, estaremos a criar redes de contactos científicos e empresariais adequados às necessidades do nosso país em termos de quadros técnicos superiores e aos desafios de desenvolvimento que a sociedade actual nos apresenta.

O Programa

A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) candidatou-se uma vez mais ao Programa Leonardo da Vinci, Acção Mobilidade. Trata-se de um programa sectorial do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PROALV), financiado pela Comissão Europeia e gerido pelas Agências Nacionais PROALV.

Em Fevereiro de 2011, a FLUL apresentou uma candidatura a um novo projecto intitulado Orienta o Teu Futuro II - Mobilidade na Europa, a qual foi aprovada com uma classificação de 93 pontos (0-100), tendo sido atribuído financiamento para 33 bolsas de estágio.

Este projecto visa contribuir para a promoção da empregabilidade dos licenciados e mestres na área das Humanidades, ajudando a superar as várias dificuldades de inserção no mercado de trabalho, alargando as suas competências e permitindo o contacto com novas realidades e culturas. A aquisição de conhecimentos e técnicas a nível internacional torna-se fundamental e enriquecedora na formação destes jovens.


O projecto responde principalmente às necessidades de formação avançada dos diplomados e mestres nas áreas de Ciências da Linguagem, Filosofia, História e Literaturas, Artes e Culturas, possibilitando-lhes a resposta a novas solicitações do mercado de trabalho.

Professores Coordenadores Leonardo da Vinci

Ciências da Cultura: Prof.ª Doutora Teresa Malafaia
e-mail: tmalafaia@fl.ul.pt

Estudos Artísticos: Prof.ª Doutora Anabela Mendes
e-mail: anmendes@netcabo.pt

Estudos Europeus: Prof. Doutor João Cosme
e-mail: jcosme@fl.ul.pt

História: Prof.ª Doutora Ana Maria Rodrigues
e-mail: anarodrigues@fl.ul.pt

História de Arte: Prof. Doutor Fernando Grilo
e-mail: fgrilo@fl.ul.pt

Línguas, Literaturas e Culturas: Prof.ª Doutora Teresa Seruya
e-mail: t.seruya@fl.ul.pt

Docentes da Preparação Linguística

Espanhol: Prof.ª Margarida Acosta
e-mail: margaridagarrida@gmail.com

Francês: Prof. Hurrydeo Beefun
e-mail: harrybeefun@netcabo.pt

Inglês: Prof.ª Lili Cavalheiro
e-mail: lilicaval@gmail.com

Italiano: Prof.ª Débora Ricci
e-mail: debora.ricci@sapo.pt

SOIP/URECI

Serviço de Orientação e Integração Profissional
Responsável Técnica:
Rute Agostinho
Telf: +351 21 792 00 33 Fax: +351 21 792 00 30
e-mail: soip@fl.ul.pt

Unidade de Relações Externas e Cooperação Internacional
Responsável Técnica:
Denise Matos Moura
Telf: +351 21 792 00 61 Fax: +351 21 792 00 30
e-mail: ure@fl.ul.pt

Horário de atendimento:
2ª e 6ª feira: 10h - 13h
3ª e 5ª feira: 10h - 13h e 14h - 16h

Local: Edifício da Biblioteca, instalações da Unidade de Apoio ao Aluno

9 de novembro de 2010

Estágio - Fundação África Directo


Cheguei a Madrid num Sábado muito frio e tinha à minha espera uma cidade divertida, imparável, cheia de recantos encantadores, gentios muito divertidos e acolhedores que, tal como no estereotipo, falam muito alto, comem Tortilla todos os dias e têm nomes que variam entre Manolo, Javier, Pepe y Paco...

Na Segunda-feira apresentei-me no meu posto de trabalho, uma pequena Fundação com perfil de ONG chamada Africa Directo, que cria e/ou apoia projectos de Desenvolvimento em África e tem como meta investir 100% do dinheiro recaudado em financiamento público, privado e particular.

Ao longo dos 6 meses aprendi muito sobre África e sobre boas prácticas de Desenvolvimento e Cooperação. Os meus “chefes” eram pessoas com um enorme conhecimento empírico e com um respeito muito grande pelos africanos. Mesmo nas situações mais delicadas nunca me pareceu que sentissem pena senão solidariedade e vontade de fazer alguma coisa para mudar. Nunca os vi cobrarem responsabilidades senão respeito.

Os voluntários no terreno enviados pela Fundação vivem nas mesmas condições que os locais, comem a mesma comida e deslocam-se da mesma forma. Não têm os privilégios típicos dos cooperantes e, talvez por isso, tenham uma noção muito grande de África e dos africanos.

Entre as várias tarefas que me foram atribuídas constava o contacto com alguns voluntários no terreno e fiquei fascinanda com a energia que emanavam. Tive o privilégio de conhecer alguns aquando da sua volta e tinham um sorriso contagiante e a alma cheia de algo...

Apesar de África Directo ser conhecida e trabalhar activamente desde os anos 90 eu fui a primeira estagiária que tiveram portanto no inicio estavam mais perdidos que eu e a primeira tarefa que me atribuiram foi a organização do arquivo. Aparentemente era um trabalho  aborrecido e típico de um estagiário porém foi como abrir uma porta para um conhecimento ilimitado. Ao analisar cada projecto, ver fotos, ler cartas muito emotivas de profissionais e voluntários em mais de 25 países africanos percebi que a minha Licenciatura jamais estaria completa sem este estágio, sem este contacto com o mundo real e não-académico.

Trazia expectativas e metas pessoais e profissionais que foram excedidas. Ao longo do estágio adquiri algumas competências profissionais e, sobretudo, pessoais. O balanço é positivo. Nem todos os dias foram de alegria porém o esforço e "las ganas" de que tudo corresse bem valeram a pena. Actualmente continuo a colaborar como voluntária com Africa Directo e, o facto de ter aprendido a falar Espanhol, facilitou-me muito a entrada no mercado de trabalho.

O meu Leonardo da Vinci nao foi a minha primeira experiência internacional e, portanto, reitero que é quase imprescindivel sair e conhecer o que acontece e como se trabalha além-fronteiras. Mesmo que os métodos de trabalho sejam, por vezes, muito parecidos, a sensaçao de enriquecimento é unica!

Testemunho de Sónia Garrido Faria, Estagiária Leonardo da Vinci em Madrid

29 de outubro de 2010

Estágio na Universidade de Santiago de Compostela - Dpt. de História de Arte




Santiago de Compostela, cidade onde me encontro a realizar a mobilidade profissional “Leonardo da Vinci” é, como todos devem saber, uma das cidades mais importantes de Espanha em termos históricos, sendo a actual capital da comunidade autónoma da Galiza. Não obstante estar atrás de Vigo ou da Corunha em termos demográficos e económicos, Santiago de Compostela viu o seu estatuto actual, de capitalidade da Galiza, nação histórica reconhecida pela actual Constituição da nação espanhola; ser afirmado em 1982 e reafirmado e selado, em termos oficiais, numa lei aprovada no parlamento galego no recente ano de 2002, reunindo o consenso geral da sociedade galega contra o “lóbis” que reclamava a continuidade da capitalidade da poderosa e rica cidade portuária da Corunha.

Para os estrangeiros que visitam esta pequena “nação” do noroeste da península ibérica - cujos estudos estatísticos recentes indicam ter a língua mais falada em Espanha em termos percentuais pelos seus próprios nativos - em Santiago de Compostela, parecer-lhes-á estar, de facto, o seu coração, sendo também a cidade da Galiza onde mais se fala e protege a língua Galega.

Na verdade, não é necessário estar-se por cá à pouco mais de três semanas como eu, para se entender o motivo da sua centralidade, para entender afinal que boa parte da identidade espiritual e material da Galiza, e mesmo da Europa, está e irradia do âmago desta sinuosa urbe medieval para onde confluem, pelas suas artérias vindas do continente profundo e de além-mar, pessoas de todas as partes da Espanha e do mundo. Para este centro de peregrinação milenar que é a própria cidade confluem os caminhos de Santiago, uma vasta rede de percursos traçados ao longo dos tempos pelos peregrinos para os peregrinos vindos dos quatro cantos do mundo para Compostela, ou seja, para o “campus stellae”, campo onde no século VII apareceram estrelas, fenómeno mágico e miraculoso a que assistiu continuamente Pelayo o monge eremita que dessa forma descobriu o túmulo apostólico.

São quatro os caminhos ou rotas:o caminho francês; o caminho do Norte; a Rota da Prata (vinda do interior e sul de Espanha); o “nosso” caminho, o caminho português e a Rota da Finisterra (por onde seguem os peregrinos até a um altíssimo cabo ou promontório,com o mesmo nome, que dava por terminada a terra conhecida e o início do temido e vasto oceano cuja sacralidade como santuário natural remonta as épocas em que os celtas ai prestavam cultos pagãos).

Os peregrinos reúnem-se, depois de entrarem no emaranhado urbano sinuoso e algo apertado, na praça do Obradoiro, diante, ou dentro de, um dos maiores símbolos europeus: a catedral, sobre o coro da qual jaz supostamente, numa cripta visitável, o apóstolo Santiago o Maior. O espaço do centro histórico da cidade, é marcado por uma dicotomia espacial interessante, pois se a maioria das praças são pequenas de escala, conforme o perímetro da urbe medieval, a praça do Obradoiro e a Praça da Quintana, que fica por detrás da primeira, são duas enormes praças onde devem caber lá dentro quase todas as outras juntas.

A palavra “Obradoiro” vem de obra e a praça era, como podem imaginar, um enorme estaleiro de obras que depois de pronta a catedral foi devidamente pavimentada e riscada para recolher de forma grandiloquente e apoteótica as massas de peregrinos diante do conjunto arquitectónico, considerado por muitos, o exponente máximo de toda a arquitectura românica, estatuto granjeado em boa parte pelo contributo da obra-prima do Mestre Mateo, “O pórtico da Glória”: um espectacular pórtico historiado com mais de 200 figuras esculpidas, construída já com um certo "realismo" “proto-gótico” representado temas e episódios bíblicos; uma verdadeira bíblia dos iletrados; mas também pelo coro pétreo, impressionante conjunto escultórico-arqitectónico da mesma autoria, destruído na era moderna e alvo de um restauro minucioso e monumental.

O edifício da faculdade de Geografia e Historia, onde fica do dptº de Historia de Arte, instituição onde estou realizar o presente estágio, é o antigo convento dos jesuítas de Santiago de Compostela espoliado pelo estado aquando da extinção daquela ordem; com uma fachada imponente que não passa despercebida a ninguém, mesmo ao turista mais desatento a estes aspectos do património.

Também já visitei a cidade de Lugo, uma importante e curiosa cidade da Galiza, sitiada por uma extensa linha de muralhas romanas mandadas construir durante o mandato do Imperador Júlio César, cujos topos são perfeitamente transitáveis, um verdadeiro passeio público através da história, a história viva. É um monumento muito bem conservado que as pessoas usufruem a sério, usam para aceder as suas casas, caminham, correm, apanham sol, etc. Para se dar a volta à centro da cidade basta percorrer o perímetro fortificado, só visto.

Ainda em Lugo, do parque/jardim Rosália de Castro têm-se vista para a um rio médio de águas límpidas, a lembrar o Mondego, (embora mais limpo que este) serpenteando uma paisagem magnífica. Um rio que só por acaso é o “nosso” – mas também “deles”: dos nossos irmãos do lado de lá da fronteira – Rio Minho.
Testemunho de Higino Faria, Estagiário Leonardo da Vinci em Santiago de Compostela